Apropriação

Tinta acrílica sobre tela, 40x50cm.

Uma jovem come um tsuru com hashis. O ângulo é íntimo, quase confrontativo, como se estivéssemos diante dela, observando o ato com certo desconforto. O tsuru aqui é metáfora para o beija-flor — símbolo de leveza, fugacidade e liberdade —, mas ao invés de admirado à distância, ele é consumido. A cena, aparentemente cotidiana, carrega um gesto radical e simbólico: o ato de consumir o próprio símbolo.

Essa apropriação do símbolo revela tensões entre desejo, projeção e identidade. A figura, parecida comigo mesma, adiciona um viés quase antropofágico à cena, como se eu me devorasse enquanto absorvo aquilo que poderia me transformar ou libertar. O corpo que come também é o corpo que se transforma. Uma tentativa de domínio — ou de entendimento — sobre o que nos atravessa.

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